domingo, 28 de junho de 2009

Tener um bigote...

Para quem nasceu nos anos 70, como eu, e teve contato com a cultura de massa - e nem tanto - durante a pré-adolescência, creio que podem vir à mente, em se tratando de um adereço tão peculiar e corriqueiro como o bigode, duas referências: Nietzsche e Village People. Ok, pode ser só meu caso, mas esta relação é assim mesmo, esquizóide. O fato é que durante a semana desfilei de bigode e mosca (não sei se existe um termo mais atual para aquele tufo de pêlos que cresce embaixo do lábio inferior), com o agravante que resolvi torcer as pontas do bigode à moda Dali e, mais modestamente, Eça de Queirós. Confesso que me senti poderoso. Nem todo mundo tem a coragem de portar um bigode. Os sujeitos de trinta anos preferem a barba, bem mais aceita nos dias de hoje, ou o cavanhaque, que o 'grunge' (sic) nos permite desde os anos noventa. Mas o bigode é outra coisa. Não é apenas um adereço, é todo um universo. Fui chamado de 'italiano', 'renato russo' (para minha tristeza) e de Zorro. Tudo vale a pena, se o bigode não é pequeno. Se me permite Nelson Rodrigues, eis o que eu queria dizer: não é tanto o bigode que importa, mas a sensação de, por algum tempo, comungar com Mandrake, Dr. Estranho e ser tão cafona e ambíguo quanto Thomas Magnum. Sim, causa estranheza, mas é parte da identidade que vamos perdendo, aos poucos, curvando a espinha aos dogmas da estética contemporânea. De qualquer forma, acessar o link abaixo explica um pouco aquilo que as palavras não alcançam acerca do bigode. Na verdade nem é pra tanto, mas escrever algo profundo também não. Não neste blogue.
http://www.youtube.com/watch?v=KNEaSf4_0Jc