segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Betty Blue
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terça-feira, 14 de outubro de 2008
querendo quero bem
quero te quero
querendo quero bem.
Chiclete chiclete, mastigo dor e dor
clete chiclete,
mastigo dor e dor.
Te choro te choro,chuvinha chuviscou.
Choro te choro,chuvinha chuviscou.
Chamego chamego, me deixa me deixou.
Mego chamego,me deixa me deixou.
A dor a dor, a dor a dor
A dor a dor, a dor a dor
A dor a dor, a dor a dor
Mas eu te espero
porque o grito dos teus olhos é mais
longo que o braço da floresta e aparece atrás
dos montes, dos ventos e dos edifícios
e o brilho do teu riso é mais quente que o sol do meio-dia
e mais e mais e...
Mas eu te espero na porta das manhãs
porque o grito dos teus olhos
é mais e mais e mais
e depois que você partiu
o mel da vida apodreceu na minha boca
apodreceu na minha boca.
(Dor e Dor - Tom Zé)
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sábado, 2 de agosto de 2008
quarta-feira, 28 de maio de 2008
O segredo musical mais bem guardado de Tânger
A Blazz é uma banda de jazz. A única, que eu saiba, realmente relevante e em atividade em Tânger. À primeira vista, parecem um grupo de funcionários públicos que saíram da repartição e se reuniram pra tomar um chope e conversar. Aí, sobem no palco, assumem os instrumentos e tocam. Simples assim. Não há apelo visual, pose, discurso bonito no microfone. Sobem no palco e tocam jazz com vontade. O baixo e a bateria parecem ser o pólo mais "animadinho". Volta e meia aceleram o andamento e improvisam. O sax, a flauta e o teclado, ao mesmo tempo em que puxam o pessoal da cozinha de volta aos temas principais, também se soltam e improvisam às vezes sóbria, ás vezes desenfreadamente.
Não sei, mas parece-me que a Blazz continua tocando toda quarta no mesmo lugar onde os vi pela última vez. O lugar se chama "Insano" e fica em frente ao Zaffari da Lima e Silva.
E mais não digo.
domingo, 4 de maio de 2008
Por um palheiro cada vez maior
terça-feira, 29 de abril de 2008
Sobre Padres Voadores
E daí?
domingo, 27 de abril de 2008
Guerra de fronteira
As fronteiras ideológicas da Guerra Fria atravessavam países e continentes, separando o “mundo livre” do outro e dos simpatizantes do outro. A não ser que visitasse um país comunista ou freqüentasse algum “aparelho”, você nunca as cruzava. Sequer as via. Independentemente das suas simpatias ou eventuais rebeldias, vivia dentro de um perímetro comum bem definido. Com o fim da Guerra Fria, as fronteiras ideológicas desapareceram e nos vimos dentro de outra macrogeografia, a das fronteiras econômicas. Estas são visíveis demais. Separam bairros, dividem ruas, são fluidas e ondulantes – e no Brasil você as cruza todos os dias. Mais de uma vez por dia você passa por floridas, suíças, bangladeshes, algumas bolívias... E em cada sinal de trânsito que pára, está na Somália.
É impossível proteger estas fronteiras como se protegiam as outras. A grande questão do novo século é como defender seu perímetro pessoal da miséria impaciente e predadora à sua volta. Os americanos não podem ajudar desta vez, a fronteira maluca ziguezagueia dentro dos Estados Unidos também. No Brasil da criminalidade crescente e da bandidagem organizada, as fronteiras econômicas são, cada vez mais, barricadas e terras de ninguém. No fim é uma guerra de contenção, de proteção de perímetros. E os excessos cometidos são defendidos com a velha frase, que foi o adágio definidor do século 20 e ganha força no século 21: os fins justificam as barbaridades. As chacinas de lado a lado, o poder de pequenos tiranos com ou sem uniforme de aterrorizarem o cotidiano de todo o mundo, tudo é permitido porque é uma luta de barreira, onde se repelem ou se forçam tomadas de território, como em qualquer fronteira deflagrada. Cara a cara, nação contra nação.
Há um sentimento generalizado, mesmo que não seja dito, que a maior parte da população do mundo é lixo. Excrescência irrecuperável, condenada a jamais ser outra coisa. Esta não é certamente uma constatação nova e nem qualquer utopista ultrapassado chegou a pensar que o contrário era completamente viável. A novidade é que hoje se admite pensar o mundo a partir dela. Já se pode dormir com ela. A ordem econômica mundial está baseada na inevitabilidade de a maior parte do planeta ser habitada por lixo irreciclável. Ser “politicamente correto” hoje é dizer o que ninguém mais realmente pensa – sobre raças, sobre os pobres, sobre a consciência e compaixão - para não parecer insensível, mas com o entendimento tácito de que só se está preservando uma convenção que a retórica dos bons sentimentos finalmente substituiu totalmente os bons sentimentos. É a intuição destes novos tempos sem remorso que move o entusiasmo crescente do público com a truculência policial na nossa guerra do dia-a-dia. Nem tem sentido discutir se as vítimas mereceram ou não Não existe lixo inocente ou culpado. O que está no lixo é lixo. Demasia. Excesso. Excrescência.
Luis Fernando Veríssimo
(Zero Hora, 29/11/2007)