Sou professor há três anos (segundo alguns amigos que praticam o ofício há bem mais tempo, só com seis, sete anos de docência é que se aprende realmente como dar uma boa aula) e confesso que a atividade já não me traz tanta satisfação. O primeiro ano foi terrível: insegurança, didática nenhuma, preparação de aulas a partir do zero, noites em claro, constrangimento e pouco domínio de palco (sim, uma das coisas mais certas a respeito de 'ser professor' é a de que se está num palco, atuando diante de um público na maioria das vezes pouco interessado - é preciso ter impostação vocal, total noção do espaço cênico, saber usar o corpo, etc). O segundo ano foi maravilhoso. Perdi toda e qualquer vergonha de ocupar a posição, desenvolvi um 'estilo' ou algo parecido de dar aula (que consiste basicamente em associar todo e qualquer conhecimento àquele que é a base da 'disciplina' que me cabe, Literatura, e em uma exploração do estranhamento que, imagino, minha figura, minha voz e meus trejeitos causam na audiência). Enfim, o segundo ano como professor foi de descoberta e prazer. O terceiro, este que se encaminha pro final, além de várias decepções fora da sala de aula, trouxe-me uma vontade de tentar outras coisas, outro tipo de abordagem. O post seguinte talvez esclareça o que estou dizendo.
Um comentário:
Por mais dificil que seja pra você, espero que saiba que se saíste muito bem nos últimos anos. Os alunos desinteressados nunca vão entender a beleza da literatura, mas posso te garantir que você fez um bom trabalho tentando guiá-los.
Por isso continue. Te ter como professor foi muito importante. Me serviu de exemplo e fonte de admiração.
Espero que tu entenda o valor das tuas aulas. Digo isto por mim e por mais pessoas.
Hasta.
Postar um comentário