sábado, 28 de novembro de 2009

Da fragilidade da Linguagem

'Estava apaixonado por meus estud0s, confesso mesmo que andava intoxicado pela linguagem filosófica, a qual considero agora como uma verdadeira droga. Como não se deixar abater e intoxicar pela ilusão de profundidade criada por essa linguagem? Traduzido em linguagem comum, um texto filosófico esvazia-se estranhamente. Seria preciso submeter todos a essa prova. O fascínio exercido pela linguagem explica, na minha opinião, o sucesso de Heidegger, Manipulador sem igual, ele possui um verdadeiro gênio verbal que o leva, contudo, longe demais. A linguagem assume uma importância vertiginosa.'

(Cioran - Entrevistas com Sylvie Jaudeau)

2 comentários:

Rodrigo V. Spagnol disse...

Ele estava certo em relação ao Heidegger. Mas, criticando a possibilidade de sabedoria filosófica e mesmo conhecimento em determinadas áreas, saiu do mero ceticismo para cair num irracionalismo monstruoso. Ele transformou a loucura criativa do Nietzsche num manicômio pavoroso.

Fabio Bortolazzo Pinto disse...

Acho que não se deve ler o Cioran muito a sério. Em certos textos ele é tão hiperbólico que só dá pra rir dos exageros.