- Vamos ser felizes? Por que não? Aqui e agora, porque não? Não cometemos
nenhum crime hediondo, nem perdemos todo o tempo disponível. Por que não?
- E porque não podemos ser tristes?
- Por que sabemos de cor como é a tristeza, não sabemos? Não
temos motivos suficientes pra aceitarmos que é só isso que temos pra saber.
Vamos ser felizes.
- Não quero ser feliz, estou bem assim.
- Você não quer ser feliz porque é prático, porque é fácil,
porque...
- A tristeza não dói.
- E ser feliz, você sabe se é suportável? Não estou falando
de felicidade burguesa, mas de ser feliz porque sim, porque é alguma coisa que
não sabemos.
- Para sempre?
- Sem ironia. Você sabe que isso não é uma opção. Para
sempre é um clichê.
- Se perdemos desde que nascemos. O que não existe é ganhar
tempo. Ganhar tempo é fingir que não sentimos a constância da derrota....
- Que derrota? Você já foi à guerra? Já lutou por algo a
ponto de matar alguém? Não há derrota pra nós, porque não precisamos vencer. E
se não precisamos ser felizes, também não precisamos da tristeza pra confirmar
a morte. Aliás, a morte é, simplesmente é, com ou sem a gente.
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